Programa Aprendiz Cooperativo para PcDs

Programa Aprendiz Cooperativo para PcDs

“São as diferenças que nos completam”

Languiru promove encontro com familiares de aprendizes com deficiências na busca pela evolução do processo de aprendizagem, desenvolvido com o Sescoop/RS e o Colégio Teutônia

“Há famílias de diversos tipos, e não existe um quebra-cabeça sem encaixe, onde todas as peças são iguais. Dessa maneira, também somos diferentes e temos cada qual uma particularidade. São essas diferenças que nos completam.” Com essa mensagem a psicóloga da Cooperativa Languiru, Júlia Andressa Portz, recebeu os convidados especiais para o 2º Encontro com Familiares dos Aprendizes PcDs (Pessoas com Deficiências), realizado na noite de 19 de junho na sala de reuniões da Associação dos Funcionários da Languiru.

A rodada de conversa reuniu familiares dos aprendizes que atualmente participam das atividades teóricas e práticas do Programa Aprendiz Cooperativo, cuja turma de PcDs teve início no primeiro semestre deste ano. “O principal objetivo é podermos ouvir as famílias, perceber como está o processo de aprendizagem e como podemos evoluir”, destacou a coordenadora de Recursos Humanos da Languiru, Dionéia Loreti Schneider Hergemoller.

“Em qualquer situação, é indispensável o apoio da família e o amor que temos a oferecer. Cada um faz seus próprios limites e a vida em família é muito importante, pois as pessoas necessitam umas das outras. E essa necessidade não é só daqueles que possuem uma deficiência, todos precisamos de amor e do apoio familiar”, frisou Júlia.

 

Troca

A troca de informações esteve alicerçada em quatro pontos chave: o que mudou na vida do familiar com deficiência a partir da oportunidade de trabalhar; medos e anseios do aprendiz e dos familiares; os hobbys dos PcDs fora do ambiente de trabalho; e quais as limitações do aprendiz na busca pelos seus objetivos pessoais.

Nesse contexto, a representante da equipe de aprendizagem do Sescoop/RS, Clarissa Friedrich, elogiou o trabalho desenvolvido pela Languiru e parceiros. “É visível o carinho de todos os envolvidos com esse projeto de aprendizagem”, disse.

Especialmente motivadas por esse carinho, Júlia e Dionéia valorizaram a participação dos pais e familiares no encontro. “É fundamental conhecer a realidade dos aprendizes no ambiente de aprendizado e de trabalho, quais os maiores desafios, e como cada um dos envolvidos agrega nesse processo de formação pessoal e profissional. O encontro busca essa aproximação entre a cooperativa, o Sescoop, o Colégio Teutônia e as famílias”, acrescentou Dionéia.

A gerente executiva de controladoria da Languiru, Carla Gregory, também falou em gratidão. “Obrigado por confiarem seus filhos ao trabalho desenvolvido pela Languiru. Como mãe, sei que os filhos são o maior tesouro para os pais. Procuramos dar a nossa contribuição para que todos possam se desenvolver, objetivando a inserção na sociedade.”

 

Emoção e gratidão

Em seus depoimentos, marcados pela emoção e gratidão, os familiares não pouparam elogios ao Programa de Aprendizes Cooperativos PcDs. Na sua percepção, as principais evoluções estão diretamente relacionadas à responsabilidade, à autonomia e à disposição. Nesse contexto, mencionaram o apoio nas tarefas de casa e a motivação para o trabalho e para os estudos. Houve, inclusive, quem afirmasse que até a saúde e a comunicação melhoraram. Além de agradecerem pela oportunidade, os familiares também elogiaram o apoio e a orientação dos monitores nas unidades da Languiru, fundamentais para a adaptação e essenciais para a integração.

O diretor do Colégio Teutônia, Jonas Rückert, instituição onde ocorre o período de aprendizado teórico, valorizou as manifestações dos familiares. “É muito bom ouvir e perceber essa evolução dos aprendizes, cada um no seu tempo. Nos sentimos desafiados e motivados a cada nova oportunidade, cientes de que a vida, com suas diferenças, é muito bela. Somos gratos em poder dar a nossa contribuição”, salientou.

Entre as preocupações dos pais, falaram do bullying e em estimular as principais potencialidades de seus filhos. “Esse é um desafio para os próprios familiares, respeitando o tempo de cada um e valorizando o que seus filhos mais gostam. Todos precisamos saber lidar com frustrações e ter muita sensibilidade nas relações, nas palavras, na postura, aprendendo no dia a dia a conviver com as diferenças. A inclusão é um trabalho diário para todos, e o apoio da família é muito importante”, exemplificou Júlia.

Uma das mães presentes ao evento resumiu tudo em uma frase, que emocionou ao grupo: “torço para que as pessoas aprendam a tratar melhor um ao outro, pois são todos seres humanos”, disse, agradecendo pelo acolhimento da Cooperativa Languiru, do Colégio Teutônia e do Sescoop/RS.

A gestora do programa de aprendizagem do Colégio Teutônia, Maitê Schuhmann, falou do trabalho em sala de aula e dos desafios que se apresentam também para os professores. “O melhor de tudo é esse retorno que temos, o afeto espontâneo dos aprendizes. A evolução deles é perceptível, especialmente no que se refere à autonomia. São pequenos avanços que representam muito, um ajudando o outro. Nesse contexto, a motivação dos familiares é fundamental para que os aprendizes tenham autoconfiança para aprender e viver”, finalizou.

 

TEXTO – Leandro Augusto Hamester

CRÉDITO DAS FOTOS – Leandro Augusto Hamester