Aprendiz Cooperativo do Campo
A obra literária é uma coletânea de versos e prosas escritas por Jovens Aprendizes de diferentes educandários gaúchos. O projeto visa à participação da juventude na criação de uma literatura urbana, com histórias de reflexão, que trazem lições de vida inspiradas no seu cotidiano.
Quatro aprendizes do Colégio Teutônia tiveram seus versos e prosas selecionadas para a publicação. Além de Alessandra, os textos dos aprendizes Dienifer Morgana Closs dos Santos, Ketelyn Veloso de Parodes e Adriani de Souza Rodrigues também integram o livro.
“Escrever sobre aprendizagem, no início, me assustou. Eu já havia parado para refletir sobre isso, mas nunca fora algo muito profundo. Escolhi usar o verso como forma de expressão pois já estava mais familiarizada, é comum eu tentar expor o que sinto em forma de poema”, comenta Alessandra, revelando que a produção e premiação lhe auxilia a superar a timidez.
“Lembro de ter procurado me expressar, e não de ter me preocupado em escrever algo para vencer o concurso. Acredito que isso tenha influenciado algum aspecto do próprio verso”, revela Alessandra.
A jovem esteve acompanhada dos pais, Ernani e Olésia Wünsch, e das professoras do Colégio Teutônia, Maria de Fátima Fuzer da Silva, Maitê Luize Schuhmann e Soeli Claudete Klein, na sessão de autógrafos de lançamento do livro.
Via Verso (Alessandra Laís Wünsch)
Sempre percorri com pressa e de pés descalços
Uma rua esburacada
Um descaso que armou o meu destino
Meus pés criaram cascos e como um cavalo
Cavalguei até o sol que brilhava escasso
Um amigo.
Me vi cercada de vielas
Alegorias afáveis ao meu intelecto
Sonhos se impregnavam em meu ser
A presença constante de um amigo
Me fez crescer
Abraçou o meu transtorno
Criou um mirante para o meu abandono
E me tirou do orfanato de anônimos.
Me resgatou de um poço sem fundo
Me conferiu renovo
A lástima de um passado laureou
A sabedoria que me foi dada
O raciocínio me incentivou a andar sobre a rua alagada.
Dissuadiu a rua esburacada
Içou a minha esperteza amedrontada
Bifurcou as impossibilidades
E enfadou as possibilidades.
Meu melhor amigo não é um ser
É um substantivo
Saturou o meu sol interior
Um aprendiz me tornou.
TEXTO – Leandro Augusto Hamester
CRÉDITO DA FOTO – Divulgação Colégio Teutônia